1,3 MIL MILHÕES DE EUROS EM DIAMANTES

A Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) produziu cerca de 9,8 milhões de quilates de diamantes em 2023 e arrecadou 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros), anunciou hoje a administração. A empresa também actua em sete áreas distintas: «Mineração, Transporte e Logística, Saúde, Segurança, Responsabilidade Social e… Esportes».

De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Endiama, José Ganga Júnior, a produção de diamantes em 2023 registou um défice de 2,63 milhões de quilates face ao inicialmente programado.

“O défice foi particularmente acentuado no terceiro e quarto trimestres de 2023 devendo-se a constrangimentos no arranque da central de tratamento da Sociedade Mineira do Luele bem como a redução dos níveis de produção de alguns projectos”, refere-se no balanço de actividades de 2023, apresentado hoje pelo responsável.

Segundo o documento, apresentado em conferência de imprensa alusiva aos 43 anos da diamantífera estatal angolana, criada em 15 de Janeiro de 1981, limitações na aquisição de cambiais para a importação de equipamentos foram ainda outros constrangimentos verificados no período.

Pelo menos 54 projectos diamantíferos encontram-se actualmente em prospecção em Angola (34 em operação, 20 em reestruturação), sendo 10 primários e 44 secundários.

Em produção encontram-se 24 projectos, nomeadamente quatro primários e 20 secundários. Estão em funcionamento 68 projectos de exploração semi-industrial distribuídos nas províncias do Bié, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje e Uíje.

Em declarações aos jornalistas, José Ganga Júnior, afirmou que, para 2024, a empresa que dirige estima produzir 14,6 milhões de quilates e prevê uma receita bruta de cerca de 2,5 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros) em vendas.

O responsável deu a conhecer também que o país vai ganhar uma nova fábrica de lapidação de diamantes ainda no mês de Janeiro, que deve ser inaugurada na província angolana da Lunda Sul, a que se junta às oito já em funcionamento.

A Endiama deve apostar, no exercício económico 2024, em consolidar a sua posição enquanto empresa mineira de referência a nível nacional e internacional e consolidar os processos internos de “compliance” (conformidade).

Actualizar as reservas dos projectos mineiros, dinamizar os trabalhos de prospecção para o aumento de reservas e concluir o processo de agrupamento das cooperativas constam entre as perspectivas da empresa para 2024.

O PCA da Endiama disse haver também uma estratégia de internacionalização dos serviços da empresa, que vai cuidar do processo de constituição da “Endiama International Services” para tratar da comercialização de diamantes, com representações no Dubai, China e Macau, onde serão igualmente direccionadas as produções de diamantes do país.

Recorde-se que o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, informou no passado dia 3, em Luanda, que a primeira refinaria de ouro em Angola pode estar concluída este ano.

A infra-estrutura, que está a ser construída no Pólo Industrial de Viana, cuja primeira pedra foi lançada em Junho de 2022, resulta da aposta do Executivo angolano em promover a cadeia de valor dos minerais do país, capitalizando as operações de prospecção, exploração, transformação e comercialização destes recursos.

Ao falar durante a cerimónia de cumprimentos de Ano Novo, o ministro assegurou que o sector vai reestruturar os projectos paralisados e desenvolver a capacidade de refinação do ouro.

A primeira refinaria de ouro do país é uma iniciativa do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, através da Geoangol, empresa detida pela Endiama, que prevê gerar mais de 80 postos de trabalho.

A par desse empreendimento, Angola conta com 28 projectos de ouro, dos quais 20 estão em fase de prospecção, oito com títulos de exploração.

Em 2021, foram extraídas 1 137 onças, das 7 500 projectadas, representando uma execução de 13,82 por cento, segundo dados do Gabinete de Estudos, Planeamento e Estatísticas do MIREMPET.

O subsector do ouro do país conta com um investimento cifrado em 62,9 milhões de dólares, dos quais USD 48,6 milhões na exploração e USD 14,3 milhões na prospecção.

Segundo o site da empresa, «a Endiama – EP, é uma empresa pública dedicada ao exercício de Prospecção, Reconhecimento, Exploração, Corte e Comercialização de diamantes, criada em 15 de Janeiro de 1981, como concessionária exclusiva dos direitos mineiros na área diamantífera. A Companhia é a sucessora da DIAMAMG, sociedade de economia mista que operou de 1917 a 1986. A Companhia também actua em sete áreas distintas: Mineração, Transporte e Logística, Saúde, Segurança, Responsabilidade Social e Esportes.»

Folha 8 com Lusa

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